Resumo: Artigo 36259
Política e Desenvolvimento Tecnológico no Setor Espacial (2,3,5)
Guilherme Pereira, Universidade Estadual de Campinas, Brazil.
Apresentação: Thursday, May 29, 2008 1:15PM - 3:15PM sala 212 - UNIRIO VII ESOCITE - Sessão 18 - Chair: Rosalba Casas
Abstract.
O objetivo deste trabalho é analisar os principais condicionantes do desenvolvimento tecnológico no setor espacial ao longo de mais de quatro décadas, marcado por trajetórias alternativas que levaram ao atraso em alguns momentos e avanço em outros. Para identificar os condicionantes políticos o trabalho enfoca o processo de elaboração da política espacial. Procura-se investigar em que medida a conjuntura política nacional do regime militar e a geopolítica, em menor medida, influenciaram a definição da política espacial, quais os interesses tal política procurou atender e as implicações disso para o desenvolvimento tecnológico no setor. A pesquisa baseou-se principalmente na análise e interpretação de uma vasta documentação referente a atas de reuniões, exposições de motivo, relatórios e correspondências relacionadas à COBAE (agência responsável pela elaboração da política). Foi dedicada maior ênfase nas discussões que ocorreram na década de 1970, período em que houve intensa negociação entre os membros da COBAE e a agência espacial francesa (CNES) sobre uma cooperação entre o Brasil e a França no desenvolvimento de veículos lançadores e satélites. Além da influência da conjuntura política, o fato do setor espacial ser composto por um instituto de pesquisa civil (Inpe) e um militar (CTA) levou a trajetórias distintas. O CTA seguiu o modelo de desenvolvimento autônomo estabelecido durante o regime militar, enquanto o Inpe buscou um modelo alternativo baseado em cooperação internacional no início do processo de redemocratização. Ao longo do trabalho é feita uma comparação entre os resultados do programa espacial militar (MECB) e do programa civil (CBERS). Constata-se que a cooperação internacional tem contribuído para o avanço do desenvolvimento tecnológico e geração de produtos e serviços para a sociedade, enquanto que o desenvolvimento do veículo lançador, sob responsabilidade militar, passou por dificuldades de ordem política e econômica devido a sua natureza militar. Além da dificuldade de capacitação tecnológica e gerencial acarretando em fracasso nos lançamentos do VLS-1.